Calor e Feridas

Criado: Terça, 26 Março 2024 Escrito por Ronaldo Correia Junior

Dizer que “engatinho” em casa é força de expressão, pois o modo como me locomovo não se parece muito com o de um gato ou de um bebê e, quando quero rapidez, mais se assemelha ao de um sapo. Esse tipo de locomoção sempre me causou assaduras, feridas, tumores, etc nos joelhos, peito dos pés e na parte superior dos dedos das mãos, as quais não consigo manter espalmadas. Quando tais problemas atingem os pés e/ou joelhos, é possível me locomover sentado impulsionado pelas mãos mas, nas ocasiões em que estas se machucam, o jeito é aceitar andar com alguém ou aguentar a dor.

Sempre atribuí tal problema apenas à fricção com o chão. Na época em que ainda não queria sair de Curitiba, percebi que aconteceu pouco ou nada lá, o que estranhei bastante. Após considerar tipo de piso, uso de meias, calças, luvas, tapetes, tamanho do apartamento, etc, concluí que a causa adicional era o calor. Talvez este dilate os poros da pele ou facilite a ligação química desta com os objetos externos (é o grude que se sente no Nordeste) – não sei qual é a explicação científica. A hipótese se confirmou ainda em Curitiba, nas ondas de calor do último trimestre. Lá, pedi para Silvia procurar as luvas que eu tinha – não encontrou – e trazer uns tapetes que sempre detestei, para evitar ou reduzir o problema em Cabedelo. Após uns dias da nossa chegada aqui, minhas mãos se encheram de feridas – algumas até inflamaram -, especialmente a direita, a mais descoordenada, e em medida bem menor os pés. Para complicar, distendi três dedos dessa mão, que incharam. Comprei dois pares de luvas de ginásticas, cujo uso permitiu as feridas sararem momentaneamente, mas que começaram a rasgar com duas ou três semanas. Por sugestão de uma irmã, tentei usar dedeiras de silicone, mas também começaram a se estragar em pouco tempo, além de machucarem os dedos distendidos. Era uma situação que me deixava exasperado, desesperado. Então, pedi para Silvia botar os tapetes ao longo do percurso que mais faço durante o dia, resolvi “esquecer”, não dar mais atenção ao problema, a temperatura diminuiu um pouco e as feridas e a distensão acabaram.

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